"Itapeva território afetivo, nosso povo e espaços de memória" foi a abordagem das comemorações do 252º aniversário cda cidade de Itapeva.
Nosso professor de História, Carlos Eduardo da Silva, conhecido como Cadu, teve um destacado papel na elaboração dos roteiros e preparação do material para a live que foi transitida pelo Youtube no dia 20/09/2021.
Segue um escopo do projeto elaborado pelo professor Cadu e fica nossa gratidão pela forma que represntou nossa guerreira classe de docentes do município e região.
Fonte: Acervo do IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico http://www.igc.sp.gov.br
O município de Itapeva é o segundo maior do Estado de São Paulo em extensão, localizado entre os paralelos de 23º34’ e 24º18’ de latitude Sul, entre os meridianos de 49º11’ e 48º33’ de longitude a Oeste de Greenwich. A região faz parte do sudoeste paulista, a aproximadamente 55 km da divisa com o Estado do Paraná, distando aproximadamente 300 quilômetros da cidade de São Paulo. Itapeva tem seu nome formado da junção de dois vocábulos indígenas Ita, que significa “pedra” e peva, que significa “chata”. A cidade conta atualmente com uma população de aproximadamente 88.695 habitantes e foi fundada em 20 de Setembro de 1769.
Talvez nossos olhares desatentos não percebam que nossa cidade é um livro de História aberto, suas páginas são nosso povo e os monumentos que formam a identidade o ser itapevense, sendo assim como proposta de comemoração dos 252 anos a Secretaria Municipal de Educação nos convida a percorrer os espaços de memória que nos afetam e fazem refletir.
Faremos do território de Itapeva uma enorme sala de aula sem muros, percorrendo os espaços que vivem, estudam e trabalham as pessoas que nos afetam diariamente, neste trabalho de campo também observaremos, nos territórios das escolas, os espaços de memória e através deles e das pessoas uma nova cartografia será revelada aos estudantes pelas paisagens possíveis que certamente ressignificarão a identidades local com a participação comunidade na escola.
Proposta: Imersão comunidade-escola nos espaços de memória de Itapeva e região com produção de material audiovisual que será destinado posteriormente para o estudo da História Local.
Proponente: Carlos Eduardo da Silva
Resumo: A presente proposta atende a necessidade de cartografia social baseada na metodologia da Prosopografia em Educação objetivando o reconhecimento da História e Cultura Local credíveis para futuras articulações didáticas a serem desenvolvidas nas escolas. O material produzido objetiva publicizar a cultura material (patrimônio e espaços de memória) e imaterial (nosso povo e sua diversidade cultural) da cidade de Itapeva/SP.
Tema: Itapeva território afetivo, nosso povo e espaços de memória.
Objetivo Geral: Comemorar os 252 anos de Itapeva despertando o olhar atento da comunidade local e escolar, em especial os estudantes, para o patrimônio cultural local.
Objetivo Específico 1: Apresentar possibilidades de mapeamento dos patrimônios que compõe a cultura material e imaterial local.
Objetivo Específico 2: Reconhecer, dentre os espaços escolhidos, possibilidades de articulações didático-pedagógicas capazes de comporem o Plano de Ensino proposto pelos professores respeitando as legislações que regulam a questão da educação, patrimônio, cultura e História Local.
Objetivo Específico 3: Produzir material audiovisual que servirá de apoio aos estudos da História Local e também será publicizada durante as comemorações do Aniversário de 252 anos da cidade de Itapeva.
Desenvolvimento: Na comunidade, a escola é o centro irradiador de conhecimento e espaço físico onde se encontram, no território, pessoas que vivem, estudam e trabalham, portanto um espaço propício para os estudos culturais, em virtude das comemorações do Aniversário de 252 anos da cidade de Itapeva utilizaremos a comunidade e seus espaços de memória para produção de material audiovisual a ser publicizado durante as comemorações.
Para isso, faz-se importante a emergência, na formação dos estudantes da comunidade, o reconhecimento do patrimônio histórico, artístico e cultural evidenciando os objetos de cultura material e imaterial que contribuem para a compreensão da grandiosa História Local.
Para a proposta oportunizaremos educar o olhar itapevense, através dos espaços de afeto, despertando o reconhecimento do patrimônio histórico cultural local em um total de 9 momentos:
✔ Memórias da fundação, revisitando Vila Velha.
✔ A pedagogia estética presente no Painel do Presbitério da Catedral de Sant'Ana de Itapeva que conta sobre nosso povo indígena, negro afrodiaspórico escravizado e tropeiro.
✔ Origens de Itapeva, reconhecendo a semente profunda de nossa identidade indígena, conexão e acolhimento em nosso território do povo Tekoá Ywy Itawuerá situados em Itaboa.
✔ Origens de Itapeva, Cartografia Social do Patrimônio Histórico da comunidade de remanescentes de Quilombo Jaó-Itapeva/SP com a participação dos consteladores de saberes (patriarcas e matriarcas) da comunidade. Em roda de conversa, através da metodologia da História Oral, nossos remanescentes afrodiaspóricos oportunizarão aos estudantes da EM Prof. Juarez Costa as memórias da comunidade.
✔ Origens de Itapeva, a interiorização do Brasil, aspectos da cultura tropeira e efetivação da posse determinada pela Coroa Portuguesa presente no Monumento aos Tropeiros.
✔ Origens de Itapeva, imigrantes que contribuíram para a formação da identidade local. Para a proposta a equipe escolar produzirá um mapeamento das origens dos estudantes através dos sobrenomes, reconhecendo com a produção em um mapa mundi com legendas a cartografia da ancestralidade local e as suas origens geográficas, tal articulação didática, feita na escola, tem como objetivo o reconhecimento da nossa diversidade cultural e étnica.
✔ Itapeva e sua cultura materializada em patrimônios arquitetônicos (Fazenda Pilão d'Água, Casa da Cultura Cícero Marques, Escola Municipal Coronel Acácio Piedade, Estação Ferroviária de Itapeva Vila Isabel, Capela Nossa Senhora do Carmo, Pastelaria do Jonas, Mercearia do Gino, chafarizes...). A escola apresentará aos estudantes importantes espaços de cultura material, se possível com city Tour pelos pontos históricos, e em roda de conversa despertará a importância da preservação do patrimônio local propondo intervenções de salvaguarda.
✔ Ecologia e luta pela terra, a importante comunidade campesina das Agrovilas, suas lutas e o resultado de três grandes ocupações ocorridas nos anos de 81, 82 e 84, organizadas pelos povos do campo e MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra demonstra uma trajetória de lutas presente na História Local que vai além da conquista da terra, também temos um riquíssimo patrimônio natural presente no Cânion de Pirituba. A proposta é uma articulação didática que apresente o passado e presente de lutas no campo com a ajuda dos atores locais da escola E.M. Terezinha de Moura Rodrigues Gomes.
✔ Itapeva a “Capital dos Minérios, para mostrar a riqueza mineral da nossa cidade foi pensada uma articulação conjunta com a Escola de Minas e Metalurgia de Itapeva, importante instituição cinquentenária que teve origem no final da década de 60 como Colégio Técnico Industrial de Itapeva - CTI, com os cursos técnicos de metalurgia e mineração. Hoje Etec. Dr. Demétrio Azevedo Júnior é importante ponto de memória da cultura mineral devido rico laboratório e profissionais que capacitam tecnicamente jovens, em sua maioria provenientes das escolas municipais para o mercado de trabalho e consequentemente contribuem para o desenvolvimento local. Para a articulação propomos a visita de estudantes ao laboratório da escola com reconhecimento, acompanhado pelos profissionais da instituição, da nossa riqueza mineral.
✔ Nossos patronos, patronesses, ruas e monumentos, Itapeva é rica em homenagens, basta andarmos por nossa cidade e veremos que as ruas e monumentos não permitem a amnésia social. Aqui propomos um olhar cartográgico, uma espécie de cartografia afetiva pelo reconhecimento dos espaços que diariamente percorremos, um simples recorte de mapa já nos revela nomes importantes que aqui receberam homenagens, permita-se revelar a riqueza de nossa História.
Mapa das trincheiras da Revolução Constitucionalista de 1932.
O reconhecimento dos patronos e patronesses, ruas e monumentos perpetuam pessoas importantes que contribuíram para a História Local. Algumas personalidades religiosas como a Nossa Senhora Santana, padroeira da cidade, militares como o Coronel da Guarda Nacional Acácio Piedade, que também é nome de uma escola municipal, o busto de Duque de Caxias na Prefeitura e até presidentes como o Rodrigues Alves são facilmente identificados, observe:
Recorte contendo lugares de memória com homenageiam os nomes citados no texto.
Propomos aqui que o estudante com apoio dos professores cartografe espaços de memória e apresente-os durante a gravação do material audiovisual.
A cartografia destes espaços de memória certamente tonificará os olhares pelo reconhecimento da nossa identidade e a relação entre a escola o as comunidades envolvidas na pesquisa participante aumentarão o sentimento de pertença e preservação do patrimônio e cultura local. Importante pontuar que todas as dinâmicas de reconhecimentos das afecções serão despertadas na forma de constelação de saberes, onde os sujeitos locais da construção de nossa História compartilharão experiências que comporão esta pesquisa participante.
Muito mais que reconhecer o patrimônio faz-se importante imergir comunidade, professores e em especial os estudantes no processo de aprendizagem fazendo assim com todos se reconheçam sujeitos de sua própria História.
(extraído do documento oficial disponibilizado pelo profesor Carlos Eduardo da Silva)